Para refletir um pouco mais sobre a vida...

Esse texto é um pouco longo, mas acredito que valha a pena ser lido, se não talvez pelo conteúdo, mas como exercício de expressão e articulação.

Hoje, após o almoço, você falou algumas coisas que me fizeram pensar. Não participei do “debate”, pois naquele momento não achei oportuno -- preferi ficar observando... e eu gostaria de agradecer pela oportunidade que você me deu para refletir um pouco mais sobre a vida.

Nós não conhecemos a verdade, e por isso tenho como princípio admitir todas as possibilidades, pois no momento em que eu negar apenas uma possibilidade poderei estar perdendo a oportunidade de conhecer a realidade, e pode estar justamente nela a verdade que tanto procuramos.

Isto posto, tenho de admitir a possibilidade de que tudo é apenas um ciclo energético e que, quando minha vida acabar, para mim, tudo acaba. Só que, embora admitindo essa possibilidade, para mim ela não faz muito sentido. Se no final, tudo acaba, por que a maioria dos mortais tem escrúpulo? Por que sentimos remorsos? Por que não aproveitar a vida, o máximo possível, e os outros que se danem?... Por que não somos como os outros animais que apenas têm instintos? Por que sentimos compaixão, ternura, afeto, amizade, ódio, amor? Por que buscamos a plenitude? Por que para nós um teto e alimento, aliado a todo o conforto que a tecnologia e a ciência nos propiciam, não são suficientes se, para uma ovelha, ter bom pasto e abrigo contra intempéries são o bastante?

Existe uma razão de estar, por existir uma razão de ser. Mesmo que a desconheçamos, ainda, sentimos que algo nos inflama, que algo nos atrai. O que temos vivenciado é uma vontade indefinida de regresso, a aspiração de atingir a plenitude, o anseio de retornar à origem, aquilo a que Platão chamava de Eros, que significa amor.

Acredito que dentro de cada ser existe algo imortal que o norteia a fazer o que, para ele, é certo e justo. O que é justo e certo para você, pode não ser certo e justo para mim, mas de onde vem esse sentimento de certo e errado? De justo e injusto e tantos outros??? Esse algo que cada ser carrega, essa essência que para mim é o EU VERDADEIRO, é consciência e conhecimento. Poderíamos dar o nome de alma, espírito, essência divina, noûs (para Anaxágoras, princípio cósmico inteligente, eterno e ilimitado, capaz de ordenar os elementos materiais --as homeomerias -- que compõem o universo. No platonismo e aristotelismo, faculdade humana capaz de captar verdades fundamentais por uma via intuitiva, em oposição aos limites apresentados pelo pensamento meramente calcado na ciência e na discursividade. Na escolástica, o intelecto, faculdade intuitiva de conhecimento capaz de alcançar a realidade divina de forma mais efetiva do que estaria ao alcance da mera discursividade racional). É nomenclatura; são apenas nomes, formas que cada um interpreta à sua maneira.

Em 06-06-07 recebi um e-mail do Luiz Eduardo onde ele questionava: “Qual é o sentido da vida????? Será que é viver....a vida”. Aproveito agora para dar minha opinião a ele e dizer a você que estamos aqui para ampliar nossa consciência e adquirir conhecimento. Nossa necessidade maior é aprendizado.

Conhecimento... não é informação nem cultura; conhecimento é experiência, é “vivenciação”, é a ação de viver. Por tudo o que nós já passamos, o que realmente fica é o conhecimento que adquirimos, conhecimento este que, na maior parte das vezes, não conseguimos expressá-lo corretamente e em sua plenitude por palavras, como também não conseguimos ensinar a ninguém. Se nem a lembrança que temos de experiências passadas é correta, como poderemos transmiti-la? O que recordamos são fragmentos do acontecimento e o que permanece são sensações, emoções que, para entendê-las, damos formas normalmente traduzidas por palavras. As formas não são as coisas em si, mas sim a nossa interpretação do fato, de acordo com a nossa razão.

O que lhe traz à lembrança sua primeira namorada? Talvez aquele cabelo... aquele corpo... aquele jeitinho... Talvez os olhos, ou sua voz, ou alguma festa que foram juntos... Mas você lembra de tudo o que conversaram? Todos os momentos que compartilharam? Todas as coisas que você aprendeu com ela ou que você ensinou?

O que resta são fragmentos e uma sensação de ternura, ou volúpia, ou raiva, ou indiferença, ou... que, se você tentar explicar para alguém, por mais que haja esforço, não será entendida. Além disso, esses sentimentos que você guarda são os mesmos que ela tem?... Como eu posso transmitir a você a sensação que sinto quando tomo uma xícara de café, ou o sentimento que me invadiu, nesta manhã fria, quando vi uma criança na rua, vestindo apenas calção e camiseta, em que eu estava bastante agasalhado e dentro de meu carro com o ar quente ligado? Porém, do relacionamento com o seu primeiro amor restou conhecimento. Talvez você tenha aprendido a se relacionar melhor, ou descobriu que devemos aceitar os outros como eles são, com suas virtudes e defeitos, ou... qualquer outra coisa que talvez você não se lembre, mas sempre que vivenciamos um fato estamos aprendendo alguma coisa, nem que seja o que não deve ser feito, e sempre nos causará mudanças. “Não podemos atravessar duas vezes o mesmo rio”. Você já experimentou reviver um momento de sua vida? Ele foi igual? Você já retornou a algum lugar vivido em sua infância? A lembrança que estava guardada em sua memória correspondeu à realidade?

Muitos fatos ocorrem em nossas vidas dos quais nada levamos, pois nos falta consciência. Consciência é estar presente. Pela manhã, você vai para o escritório e muitas vezes não se lembra qual o caminho que fez. Onde estava a sua consciência? Por onde o seu eu verdadeiro andava? No escritório pensando no que teria de fazer? Ou em casa, em algum mal-entendido?... Quantas pessoas e carros passaram por você e você nem se deu conta? Quantos fatos, talvez interessantes, ocorreram? Talvez você pudesse ter aprendido algo... mas faltou consciência.

Sempre podemos aprender algo, em qualquer circunstância, se estivermos presentes, se estivermos conscientes.

Nos meus 15 para 16 anos, adolescente inquiridor, eu me perguntava sobre a existência de Deus. Sempre ouvira falar que Ele era bom, justo e perfeito, e então me perguntava: Para que Ele criara o Universo? Para ter “robozinhos” para se divertir com seu controle remoto? E as indagações foram se aprofundando e eu passei por uma fase de descrença, desânimo e insatisfação, não vendo sentido algum para a vida. Foi quando ouvi uma frase solta: “dele viemos, a ele voltaremos”. Não sei a que se referia, porém, de repente, tudo fez sentido.

Estamos aqui, com essa forma, pois necessitamos dessa experiência.

Voltando à admissão de todas as possibilidades, imagine a seguinte possibilidade:

Existia um ponto de “energia” que talvez necessitasse de algo, e por isso “explodiu” subdividindo-se em infinitos “fragmentos”. Esses fragmentos não seriam partes, mas sim um único todo. Imagine você, dentro de uma grande esfera, toda quadriculada com mil cores e aspectos diferentes. Com um olho tampado, você olha para aquilo que lhe circunda através de um canudo. A esfera é única, mas você olha para a esquerda e vê uma forma pontiaguda de cor vermelha, olha para a direita e vê algo plano de cor azul, e assim, sucessivamente observando, você terá a impressão que a seu redor existem várias partes, quando na realidade tudo é uma coisa só... Uma gota d’água ao cair no oceano, ainda se julga ser parte, quando na realidade faz parte do oceano, é oceano. Com a ampliação da consciência, abriremos o outro olho, desaparecerá o canudo e conseguiremos perceber que fazemos parte do Todo.

Esses fragmentos adquirem o que necessitam e, quanto mais adquirem, mais vão se aproximando do núcleo de que se originaram...

Algumas religiões costumam dizer que é o retorno ao seio do Pai... E não me pergunte o porquê Deus fez isso. Para responder, eu precisaria compreendê-Lo. O que compreende é maior que a coisa compreendida...

Esta também é uma possibilidade.

Agora quanto ao tempo.

O tempo é relativo, não só Einstein, mas a física moderna nos prova isso.

O Zezinho nos mandou um artigo falando sobre o tempo. Infelizmente eu o perdi, porém quero colocar o seguinte:

Você já observou uma velhinha, na sua frente, no caixa do supermercado retirando moedinhas do seu porta-níqueis para facilitar o troco? Para nós é desesperador, é um tempo enorme. Para ela, é apenas um instante onde ela procura ser gentil e ajudar.

Concordo que, com o avançar da idade, nossos reflexos e percepção do tempo mudem, mas isso não invalida a possibilidade de que tudo esteja “andando” mais depressa, e que as 24 horas de hoje não sejam mais curtas do que as de antigamente. Um amigo meu diz que 15 minutos, em uma cadeira do dentista com uma broca no dente, é uma eternidade, e que uma hora fazendo amor é apenas um instante...

Um discípulo de Buda pergunta ao mestre:

“Em quem devo acreditar? Um homem diz-me isto, outro me diz aquilo, e ambos parecem seguros de terem razão”.

Buda respondeu:

“Meu filho, não acredites no que homem algum te disser, nem mesmo em mim, a não ser que, o que ouvires, corresponda ao teu senso comum. E ainda assim, não acredites nele, mas trata o caso como hipótese razoável, até que chegue a ocasião em que possas obter a prova por ti mesmo”.

Absurdo é aquilo que você não admite.

A verdade é uma só, porém, por enquanto, cada um de nós tem a sua própria. Temos de jogar o jogo, essa é a regra, e jogar o jogo é viver, da melhor forma possível, praticando a verdade a que chegamos.

Um forte abraço, e aguardo contestações e outras opiniões.

Elcio.

4 comentários:

Anônimo disse...

Uau Élcio,
Vc coloca coisas muito fortes e importantes aqui. Creio que é uma bela forma de iniciarmos os estudos em um bimestre que falará sobre a idade das trevas... a saída da razão para a fé. Sobre cristianismo e como se esculpiu aquilo que costumo chamar a essência do sentimento de culpa judaico cristão. Se o Ricardo deixar um pouquinho de ser tão apaixonado e dogmático nas colocações dele, se fará entender melhor. E poderá acrescentar e muito.
Essa visão cuidadosa, mesmo refletindo posições diferentes, são o cerne para um avanço na troca de idéias, pensamento, formando o tal conhecimento - acrescentando pontos e não polarizando e deformando as posições.
A sua colocaçã, Élcio, está absolutamente sincera, objetiva e clara. Você tem uma visão diferente; você escuta outra forma de pensamento, não descarta, mas contesta, alma aberta.E se todos nós cuidarmos deste aspecto que o Élcio tão bem assumiu, o não dogmatismo, poderemos ter excelentes discussões, mesmo com pontos de vista antagônicos.
Estou na fase que o Élcio escutou e digeriu. Estou lendo e relendo desapaixonadamente, com visão aberta, para poder fazer colocações. Venho de uma experiência em que o dogmatismo me fez ser expulsa da faculdade e mudar totalmente o rumo da minha vida. E não é mea culpa ou mudança de posição, pelo contrário é consolidação de determinados pensamentos políticos e filosóficos.
Fazer de novo filosofia, por uma ótica diferente, e apresentada neste contexto ( estou falando em metodologia) é uma bênção ( não interprete errôneamente o sentindo de bênção Ricardo !! rs rs ).
Volto em breve,
saudações,
Cristina
PS - adorei encontrar com vcs, papo amigo, abraço fraterno... mas gente... "falando sério"... depois dizem que as mulheres são fofoqueiras e faladeiras... vcs do clube do bolinha se superaram...não pararam de falar !

Anônimo disse...

MEU AMIGO ELCIO...VOCE ACORDOU HOJE COM A MACACA RSRSRSRSRSRS... TEMA LONGO, PROFUNDO E DE MUITOS QUESTIONAMENTOS DO "SER" E DO "UNO"... ESPERO QUE A DISCUÇÃO NÃO SE POLARIZE POIS A ABRANGÊNCIA FILOSOFICA É ENORME. E PROVAVELMENTE O RICARDO, LUIZ, WAGNER E O RESTANTE DOS NOSSOS AMIGOS. TENHAM QUE RECORRER AO PERIODO PATRISTICO E AO PERIODO ESCOLASTICO PARA TENTAR ENTENDER O QUE O ELCIO QUIS DIZER COM RELAÇÃO A VIDA APÓS A MORTE... NAS OBSERVAÇÕES DE TOMAS DE AQUINO E SUA SUMA... MESCLANDO COM SUAS IDEOLOGIAS E VISÃO DA VIDA E DE UM DEUS.
NO MEU CASO...ACHO QUE SERIA TREMENDAMENTE INJUSTO COM TODOS OS ADJETIVOS QUE ESCREVEU QUE TEMOS COMO SERES HUMANOS TERMINARMOS EXATAMENTE NO ULTIMO SUSPIRO. DE ONDE VIEMOS?PARA ONDE VAMOS? ESTA NÃO É A MINHA PERGUNTA...MAS A CURIOSIDADE E A BUSCA ATRAVÉS DO CONHECIMENTO DE TODOS OS SERES HUMANOS NA FACE DA TERRA... E PARTINDO DESTA BUSCA A IMORTALIDADE SE TORNA UM SONHO PERSEGUIDO...POIS NÃO CONHECEMOS O OUTRO LADO DO FINAL DA VIDA E NEM PODEMOS SABER COMO ERA O ANTES DE UM GAMETA INICIAR NOSSA VIDA. ENFIM... O INTERRUPTOR ESTA A ALTURA DE TODOS NÓS...ESPERAMOS QUE ALGUÉM O APERTE AINDA NESTA VIDA QUE ESTAMOS VIVENDO NESTE ESPAÇO...

Anônimo disse...

Albertão...O Blog Claret esta maravilhoso...Parabéns queridão...Muito frio...Gelo total.

Espero que esta mensagem entre...Estou colocando como outro.

forte e fraternal abraço do amigo

ZÉZINHO.
E PODE FALAR A VONTADE KKKKKKKKKKK

Anônimo disse...

Breve resposta....

Não sou um bom orador, especialmente em um local onde existam pessoas que se sentem como sendo donos da razão ou que tratem determinados assuntos de forma dogmática ou arrogante, sem mencionar que sou muito tímido.
Este assunto levantado aqui pelo Elcio é um dos mais controversos dentre as possibilidades que podemos encontrar. Tentarei aqui, mostrar um pouco das diferentes possibilidades de abordagem, tentando dar especial atenção a responder a questionamentos que todos temos.
Aparentemente, o Elcio não tem grandes dogmas, assim como eu, que tento permanecer aberto ao mundo, porém desconfiando de forma cética sempre. Creio ser este o melhor meio de aprender e viver.
Tenho dúvidas sobre a importância de pensar constantemente em coisas como: o que vem depois? Tudo é apenas um ciclo energético? Por que ter escrúpulos? E outras coisas mais...
Acredito, que inicialmente, e me refiro a tempos bem passados, coisas de O “Homem de Neanderthal”... até O “Homo sapiens” ( nossa espécie ) que surgiu há aproximadamente 150 mil anos atrás.

Naturalmente, creio que somos seres muito melhores, solidários, capazes de atos nobres, sem visar lucro. Acredito que poderíamos viver de maneira muito mais sociável, com compreensão e cooperação. Desta maneira, estes nossos ancestrais que acima mencionei, viveram numa sociedade matriarcal, onde a violência e a agressividade serviam apenas como um instrumento para a sobrevivência da espécie. Acredito que o “ser humano”, necessita de explicações complexas, sendo ou não empíricas, para manter de forma “semi-racional” a compreensão de mundo, e também, ter um apoio “espiritual” para se sentir “vivo”. Aparentemente, os mitos e crenças surgem pela necessidade que temos de não estarmos sós.
Quando o hominídeo descobre o fogo, a germinação das sementes, e outras coisas elementares, o humano passa do estágio de nômade e se estabelece. Com isto, características que o destacavam anteriormente, que basicamente eram capacidades mais desenvolvidas em alguma área, como caça, passam a ser modificadas e substituídas por novas qualidades, como a de administrador. Com isto, o homem passa a gerir a produção e o modo de vida, passa a não mais dividir bens, passa a ter o sentido de propriedade e lucro. Nesta passagem de características naturais de destaque, para as administrativas entre outras, surge a necessidade de haver algo que mantenha alguma solidariedade, pois este sentimento em grupo passa a ser menos necessário para a sobrevivência. Considero como de vital importância a empatia, o amor ao próximo, pois disto aparece a necessidade de moral, ética, surgem alguns instrumentos afetivos que apesar de serem manipulados pelas elites nascentes ou atuais, servem para nos dar algum equilíbrio e respeito a vida.
A vida, por si só, mesmo que consideremos um simples vírus ou um outro ser, naturalmente tende a se preservar, se reproduzir, continuar a existir. Não acredito que para se apreciar o valor da vida, demonstrado somente com bases nesta vontade de viver e continuar a existir seja insuficiente para justificar a vida.
Com o tempo, perdemos muitos de nossos instintos. Isto é possível observar facilmente pelo fato de algumas pessoas ainda possuírem certos instintos vivos. Nossa consciência, nossa capacidade de pensar, desenvolver idéias, na verdade nos custa muito de nosso instinto natural.
Acredito que o “algo imortal” que em nós existe é exatamente o que vem da natureza de preservar a espécie, o que na verdade é instinto puro.
O princípio de Anaxágoras entre tantos outros, talvez seja a busca pela consciência inteligente real, e creio estarmos muito distantes disto. O homem é ainda o único animal que caça por prazer, mata por vingança entre outras atitudes não nobres. Inteligência, civilidade, razão.... misturadas com sentimentos como egoísmo, egocentrismo e outros, nos mostram que estamos muito distantes de uma evolução possível para o ser humano.
Patrística é um capítulo da história do homem no mínimo horrível. Limita, domina, impõe... Escolástica quase que tentar melhorar o aspecto mais terrível da patrística, porém ainda assim deixa tudo a desejar.
Psicologicamente, é bom ter um “Deus”, acreditar, rezar, orar ou seja lá o que for. Isto interfere em nosso meio psicológico e pode nos dar forças em momentos ruins, porém, dogmas, religiões e outros aspectos sociais do gênero, separam a humanidade e muito mais atrapalham que ajudam. Não devemos também nos esquecer, que no mundo, apenas cerca de 35% das pessoas assumiram a religião cristã.
Conhecimento é tudo, absolutamente tudo, e nem sempre o nível e profundidade são importantes. O que é conhecimento para alguns não é para outros e falta muitas vezes o respeito pelos conhecimentos diferentes ou que colidem em diversos aspectos. Vida é viver, algo mais simples, com ou sem conhecimento. Limitar vida ou fazer uma ligação tão curta desta com o conhecimento, seria limitar inúmeras formas de vida existentes.
Questão da namorada...

Se deu certo, vale lembrar tudo, se não deu, substituímos muito por outros valores. Amor e ódio não são opostos, o oposto de amor é a indiferença e só quando atingimos esta, realmente conseguimos esquecer este tipo de amor.
Repetimos os mesmos erros mesmo aprendendo, pois as situações são diferentes e muitas vezes acreditamos que “agora” poderá ser diferente, e às vezes realmente é.
Na verdade, não podemos e não devemos pensar que sempre aprendemos algo quando estamos conscientes. Aprendemos dormindo, sonhando, aprendemos com os “efeitos colaterais” que o sub-consciente nos impõe, ou seja, sempre aprendemos. O que fazer com o que aprendemos é o realmente relevante.
O “deus” ocidental é cruel, vingativo, egocêntrico, e repleto de paradoxos para um “deus” que julgamos perfeito. Claro, devemos considerar que TUDO o que recebemos de informações está baseado em textos sobre os quais realmente pouco sabemos, traduzidos sabe-se lá como e interpretados e reinterpretados...

Fazemos parte do todo, mas será que fazemos falta? Será que o MUNDO não seria melhor sem que estivéssemos aqui agindo de forma não natural? Creio que esta pergunta é mais importante e relevante e não há muita imaginação nela.

Além de todas as considerações com o tempo, temos a emocional, e esta varia com o nível de ansiedade e afetividade de cada um. Em uma grande cidade, não existe a possibilidade de ajudar um velhinha a contar moedas, o que é diferentemente apreciado em cidades pequenas e vilarejos. Emocionalmente estamos na verdade pouco solidários e impacientes, frustrados com tudo o que vemos e vivemos.

Há coisas absurdas sempre, admitidas ou não.

Abraços a todos.

Tadeu